As Origens do Mergulho Livre

Por incrível que possa parecer existem registos arqueológicos que confirmam a prática do mergulho livre em apneia há cerca de 10 mil anos, na costa do mar báltico por uma tribo denominada “os comedores de conchas”. No entanto, a prática do mergulho livre pode ainda ser mais antiga.

Muitos outros registos arqueológicos que datam entre 4.500 e 3.200 anos a.C. foram encontrados na zona da mesopotâmia e na antiga civilização egípcia, sendo que uma das primeiras menções escritas data do império egípcio (1600 a.C.) onde numa tábua é relatada a proeza de um mergulhador do Faraó que em apneia conseguiu provocar o naufrágio de várias embarcações inimigas.

Existem muitos outros mitos e lendas da antiga Grécia que relatam a prática regular do mergulho livre na zona do Mediterrâneo.

No império romano, por exemplo, havia uma força armada designada os “urniatores”, que tinha como missão um conjunto de tarefas subaquáticas, desde a recuperação de ancoras perdidas à remoção de barricadas submersas, entre outras.

As famosas “Amas” do Japão e as "Haenyo" da Coreia continuam ainda hoje a praticar o mergulho livre para recolherem pérolas e outros recursos do fundo do mar. Uma actividade que pensa-se ter mais de 2 mil anos.

Mais recentemente, no início do séc. XX, há a história de um pescador grego, de nome Yorgo Haggi Statti, que ajudou uma embarcação da marinha italiana chamada “Regina Margherita”, ao recuperar uma ancora a mais de 70 metros de profundidade.

Só a partir de 1949 é que se começam a registar os primeiros recordes oficiais de mergulho livre, com Raimondo Butcher a mergulhar aos 30m de profundidade. No entanto, a CMAS – Confederação Mundial de Actividades Subaquáticas deixou de reconhecer recordes por achar demasiado perigoso a prática desta actividade.

Mas isso não fez com que o espírito humano deixasse de querer explorar os seus limites e os recordes continuaram a aparecer embora não oficialmente.

Na década de 70, Enzo Maiorca e Jacques Mayol são as grandes referências do mergulho livre, ultrapassando-se um ao outro consecutivamente e atingindo profundidades inimagináveis para a altura, desde os 50m por Enzo Maiorca aos 101m de profundidade por Jacques Mayol em 1974.

O filme “The Big Blue” - “Vertigem Azul” de Luc Besson, imortaliza estes dois apneístas e dá um mediatismo enorme a este desporto ainda muito pouco conhecido da população em geral.

No início da década de 90, surge outro rivalismo, entre Francisco Ferreras (Pipin) e Umberto Pelizzari que vão quebrando recordes atrás de recordes desafiando as profundezas para além dos 100 metros de profundidade. Os seus recordes são retratados num documentário chamado "Ocean Men" de Bob Talbot.

Entretanto em 1992 é criada a AIDA – Associação Internacional para o Desenvolvimento da Apneia, a partir da qual começaram a ser realizadas competições e homologadas as performances e recordes.

Em 2002 é criada a AIDA Portugal.

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